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Posts Tagged ‘Brasil’

Vai de vez?


Foi difícil responder. A resposta certa era indigesta. Queria ficar, havia tanto pra ver, sentir, curtir. Perdi as contas dos lugares, pessoas e praias – foram muitos, faltaram tantos.

É sempre bom curtir o Brasil, principalmente em uma viagem sem planos, sem horários ou obrigações. Rio Grande do Norte me chamou nesse Julho.


Pousei em Natal, mas foi em Pipa que encontrei meu lugar. Esse conjunto de praias de cidade de Tibau do Sul/RN é a cara de São Paulo. E antes que o querido leitor me considere louca, explico meu ponto de vista. Nunca estive em um lugar tão acolhedor quanto Pipa. A população local é tão globalizada quanto à megalópole paulista. Estrangeiros do Brasil e do exterior encontraram lá seu canto, levaram suas raízes gastronômicas e nos presenteiam com delícias dignas das belezas naturais do lugar. Italianos, baianos, espanhóis, gaúchos, mexicanos, mineiros, franceses – Pipa é a filial de São Paulo, a capital gastronômica brasileira.

Aproximadamente 80 km separam a cidade de Natal da Praia de Pipa. Dica: faça o trecho pela praia. Seus cinco sentidos agradecerão.

Postado por: Ana Flávia

Redes Sociais: igualdade ilimitada ou espetáculo?

junho 28, 2011 7 comentários

“This hunger for celebrity news is like a disease” Patti Smith

Vídeo acima traz uma entrevista com Patt Smith, a ‘Rainha do Punk’. A cantora participou de um evento sobre propaganda em Cannes e falou da necessidade das pessoas em acompanhar as novidades sobre celebridades. Para a hoje ‘avó do punk’, essa “fome por notícias de gente famosa se caracteriza como uma doença”.  

Muito tem se falado nos últimos tempos de como as redes sociais – Twitter e Facebook, principalmente – vêm contribuindo para a difusão da igualdade. Manifestações ao redor do mundo, e também aqui no Brasil, demonstraram como a web tem o poder de congregar os indivíduos em torno de uma causa, acabando inclusive com um monopólio da informação por parte de pequenos grupos “oligárquicos”. Além disso, as redes sociais colocam no mesmo balaio celebridades e sujeitos comuns, que interagem de forma direta.

Em parte, isso é verdadeiro. Não sou entusiasta, nem apocalíptico, no que diz respeito às redes sociais, pois tenho a percepção de que visões extremadas tendem a nos tirar a capacidade de reflexão e autocrítica. Contudo, devemos admitir: essas ferramentas possibilitam uma capacidade de mobilização nunca antes descrita ou, desconfio eu, sequer imaginada.

Por outro lado, uma pesquisa divulgada na última Social Media Week demonstrou que a mídia tradicional ainda pauta a mídia social, a segunda funcionando apenas como meio de repercussão da primeira. E, pensando friamente, quantas pessoas públicas não “existem” na rede graças ao trabalho de assessores e especialistas em mídia digital, construindo a imagem que quiserem de si próprios.

Chamo a atenção para esse fato, pois proponho um questionamento: até que ponto esse “poder social” existe? E, mais importante, até que ponto estamos dispostos a aderir a ele? Pergunto tudo isso porque descobri recentemente uma publicação online que trata exclusivamente de registrar a vida da “Alta Social Media” (sic) brasileira. Podemos considerá-la a Revista Caras das redes sociais. A mim, parece contraditória, em um ambiente teoricamente democrático, essa autodenominação. Pois, se existe uma alta social media, subentende-se que há uma baixa social media, que não mereça tanta atenção.

Isso evidencia um fato deprimente: todos queremos e agimos nas redes para sermos retuitados, curtidos, consumidos. Mas e o que somos na internet, reflete a nossa essência? Ou apenas criamos uma imagem que sirva para nos tornarmos “alta social media”, mais consumidos que os demais. Para reflexão, deixo aqui um trecho retirado da sociedade do espetáculo, escrito por Guy Debord em 1931:

“O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas midiatizada por imagens”.

Cada um tire suas próprias conclusões…

 

Postado por: Filipe Rubim

  

Saint Patrick’s Day no Brazil?!

junho 23, 2011 1 comentário

Se bem entendi, um dos aspectos do texto da Ana Flávia é que há uma ideia de que haveria na Europa um recrudescimento no ímpeto consumista porque eles talvez estejam em um outro estágio do capitalismo; e nós, indiozinhos, ainda estaríamos engatinhando em direção ao pote de ouro, que eles já perceberam não ser tão dourado assim.

E se bem entendi, um dos aspectos do último texto do Filipe Rubim é que por padecermos da ética do aventureiro, não desenvolvemos o “entendimento”, apenas a “vontade”.

No entanto, não acredito nessa nossa suposta ética do aventureiro.

Autores contemporâneos (entre eles Leandro Karnal, que escreveu um belo livro sobre a “História dos EUA – das origens ao século XXI”) discordam em gênero número e grau do “Raízes do Brasil”, que precisamos lembrar ser um livro de 1936.

Segundo ele, há uma explicação fantasiosa de que a riqueza dos EUA e nossas mazelas decorreriam de dois modelos históricos: as colônias de povoamento e as de exploração.

A ideia de sermos “colônia de exploração” vai de encontro à ideia da ética do aventureiro, onde existiria uma busca pelo lucro imediato.

Mas, segundo esse pensamento mais recente, a colonização ibérica foi escandalosamente mais organizada, planejada e metódica que a anglo-saxônica. Possuíamos na América ibérica uma população urbana maior, com mais comércio, e já certa produção artística, cultural e filosófica, talvez graças à erudição dos religiosos que para cá vieram.

Não fomos, portanto, como nos ensinaram na escola, colônias de exploração. Não partilhamos, portanto, da ética do aventureiro.

Então o que acontece com este povo?

Segundo o próprio Max Weber, o capitalismo e o protestantismo estão profundamente associados. Como será que se desenvolveria então o capitalismo onde a filosofia de vida era fundamentalmente oposta à do protestantismo?

Ué, já temos a resposta. Aqui o capitalismo se desenvolveu, desde o início, desatrelado de qualquer base moral que lhe desse um sentido.

O problema, ao meu ver, além da adoção de hábitos extrínsecos à nossa cultura desde muito cedo é que agora, séculos depois, numa terra carente de tudo, provavelmente as pessoas usem o consumo para suprir todo o resto que falta, e sequer se dão conta disso.

Talvez, se tivéssemos um mínimo de bem estar, talvez… não precisássemos consumir tanto. Mas aí talvez fôssemos ruivos e comemorássemos o Saint Patrick’s day.

Postado por: Danilo Gonçalves

Para conhecer o cinema. Para descobrir o Brasil.

‘Decadência, estagnação, melancolia da paisagem num país jovem, de natureza exuberante. Tensão erótica, representada pelo vento, que despenteia os cabelos, os campos e as ruas, pelas ondas do mar, pela insistência da câmara que se aproxima da bica d’água’. Assim define-se Limite, o filme brasileiro que rodou o mundo e tornou-se cult e lendário e que será exibido na Cinemateca Brasileira no próximo dia 26 de abril, às 19h, dentro da programação de Curso Livre promovida pela instituição em parceria com ECA/USP.

Totalmente gratuito, o Curso Livre da Cinemateca é uma boa oportunidade para quem quer conhecer o cinema nacional e também descobrir o Brasil pelas lentes de diretores que souberam retratar o país por meio dos mais diversos ângulos de sua história. O módulo que é dedicado ao cinema brasileiro começa no dia 26 de abril e segue até o dia 14 de junho com aulas sempre às terças-feiras, às 19h. Os professores da ECA/USP Carlos Augusto Calil, Eduardo Morettin, Cristian Borges, Henri Gervaiseau, Rosana Soares e Esther Hamburger ministrarão as aulas.

Cult e Lendário

A programação deste 27º módulo do Curso Livre da Cinemateca Brasileira começa na próxima terça-feira (26), às 19h, com o filme Limite recebendo análise do professor Carlos Augusto Calil.

Dirigido e escrito por Mário Peixoto, o filme é fundamental para a história cinematográfica e cultural do Brasil. Filmado em 1930 e exibido pela primeira vez em 1931, Limite gerou polêmica e virou referência. Caetano Veloso incluiu em seu único filme ‘O Cinema Falado’ uma sequência do longa de Peixoto e Adriana Calcanhoto projetou cenas de Limite durante a música O Mocho e a Gatinha, em seu DVD Adriana Partimpim (2004).

O filme também ganhou projeção internacional. David Bowie escolheu Limite como o único filme brasileiro entre seus dez favoritos da América Latina para a mostra High Line Festival, em 2007. A versão restaurada do filme de Peixoto foi exibida no Festival de Cannes no mesmo ano e fez parte dos filmes selecionados para a Word Cinema Foundation, fundada por Martin Scorsese e que tem como objetivo a preservação, restauração e exibição de produções históricas, sobretudo da África, América Latina, Ásia e Europa central.

Inscrições GRATUITAS

As inscrições são GRATUITAS e devem ser feitas pessoalmente na bilheteria da Sala Cinemateca Petrobras a partir do dia 19/4 (terça a domingo, das 15h às 21h). É necessário ter em mãos RG (obrigatório), CPF, passaporte, Título de Eleitor e Documento Militar. São 100 vagas disponíveis.

Programação Completa

CINEMATECA BRASILEIRA

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana – SP. Outras informações: (11) 3512-6111

26.04 | TERÇA 19h LIMITE POR CARLOS AUGUSTO CALIL

03.05 | TERÇA 19h SANGUE MINEIRO POR EDUARDO MORETTIN

10.05 | TERÇA 19h O CASO DOS IRMÃOS NAVES POR CRISTIAN BORGES

17.05 | TERÇA 19h CABRA MARCADO PARA MORRER POR HENRI GERVAISEAU

24.05 | TERÇA 19h A VALISE FOI TROCADA POR ROSANA SOARES

31.05 | TERÇA 19h CINCO VEZES FAVELA POR ESTHER HAMBURGER

07.06 | TERÇA 19h 5X FAVELA – AGORA POR NÓS MESMOS POR ESTHER HAMBURGER

14.06 | TERÇA 19h A MULHER DE TODOS POR RUBENS MACHADO JR.

Postado por: Rose Bombom